Olá amigos e amigas visitantes,
Este blog foi criado para entretenimento dos amantes da
poesia e da música, principalmente da música popular brasileira. O manancial
que o alimenta é enorme e essa imensidão pode muito bem ser comparada ao
tamanho do nosso país com suas regiões delimitadas. Entende-se que por esse
motivo a música brasileira é diversificada em seus ritmos porque cada região
tem suas peculiaridades. Daí temos, por exemplo, no norte o Carimbó, no
nordeste o Forró de Pé de Serra e o Samba finca com mais força suas raízes no
Rio de Janeiro. Todos esses ritmos, com seu variado instrumental e melodias,
porém, não conhecem fronteiras. Ultrapassam seu espaço geográfico e espalham-se
pelo Brasil em sua totalidade.
Reportemo-nos agora aos dias de hoje em que muitos falam da escassez
da qualidade de nossa música, quase todos afirmando que tempos atrás era bem melhor,
as décadas de antes foram mais ricas, mais belas e criativas, mais generosas em
música popular ao gosto de todos. Neste entendimento, hoje, a garimpagem à procura
de novas músicas de qualidade é mais árdua, cansativa e desestimulante. Então concluímos,
nossa reserva musical é grande, mas, de tempos passados.
Voltamos algumas décadas e paramos no tempo dos anos
dourados, da jovem-guarda, das versões em português das mais famosas canções estrangeiras
e do surgimento de artistas inovadores, Jorge Ben, Tim Maia, Chico Buarque, Ney Matogrosso, entre
outros. Pelo meio dessa década, 1965, estourava em todo o Brasil “Trem Das Onze” composição do já conhecido
Adoniran Barbosa, natural de São Paulo, em contrapartida aos melhores talentos cariocas.
O compositor da famosa música Saudosa Maloca chegava para dizer que o samba não
era exclusividade do Rio de Janeiro. No fim dessa década, no âmbito interno do
Banco do Brasil circulava a Revista Desed, que em um de seus números publicou
um artigo sobre a obra de João Rubinato, conhecido compositor que usava o nome
artístico Adoniran Barbosa. Certamente que todos os números dessa revista devem
fazer parte do acervo da Fundação Cultural Banco do Brasil. Um abraço a todos.
Trem Das Onze
Composição: Adoniran Barbosa
Não posso ficar nem mais um minuto com você
Sinto muito amor, mas não pode ser
Moro em Jaçanã
Se eu perder esse trem
Que sai agora às onze horas
Só amanhã de manhã
Não posso ficar nem mais um minuto com você
Sinto muito amor, mas não pode ser
Moro em Jaçanã
Se eu perder esse trem
Que sai agora às onze horas
Só amanhã de manhã
Além disso, mulher
Tem outra coisa
Minha mãe não dorme
Enquanto eu não chegar
Sou filho único
Tenho minha casa pra olhar
Não posso ficar
Não posso ficar nem mais um minuto com você
Sinto muito amor, mas não pode ser
Moro em Jaçanã
Se eu perder esse trem
Que sai agora às onze horas
Só amanhã de manhã
Além disso, mulher
Tem outra coisa
Minha mãe não dorme
Enquanto eu não chegar
Sou filho único
Tenho minha casa pra olhar
Não posso ficar