O
Bufão E O Rei
Meu
cantar espanta meus males
Minha
voz imita tenores
Barítonos
Vez
em quando menestréis
Sou
um fingidor
Porque
nego a emoção
Dos
versos que lanço ao vento
Minto
Na
verdade do poeta
Tenho
voz dissimulada
Ao
falar da minha dor
Ao
revolver minha saudade
O
bufão me adorna
Com
espalhafatos
Seus
guizos
Agitam
minha alma em risos
O
rei me empresta
Sua
majestade
Cada
qual é a metade
De
dois fanfarrões em festa
Um
pirueta e dança
Finge
alegria
Em
dores de amores
Desajeitado
O
outro requebra os quadris
Aplaude
Em
rasgos abobalhados
Volteia
e pede bis
Entreolham-se
em caretas
Da
alma lavam as agruras
Bufão
e rei
São
eles as mesmas figuras
Passaram
por onde andei
Mesmo
chão em que amei
Nos
romances de operetas
Num
palco de incertezas
Fazem
pouco das tristezas
Em
máscaras tragicômicas
Na
verdade espantam seus males
Dizem
cantando que eram
Comigo
tão parecidos
Ou
ainda
Somos
iguais e fingidos
À
minha direita ou esquerda
Em
risos lamentam a perda
De
tesouros não encontrados
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