quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Ontem Ao Luar - Francisco Petrônio, cantor ;/ Dilermando Reis, violonista - brasileiros

Ontem Ao Luar

Composição: Catulo da Paixão Cearense / Pedro Alcântara


Ontem ao luar nós dois, numa conversação 
Tu me perguntaste o que era a dor de uma paixão.
Nada respondi, calmo assim fiquei
Mas, fitando o azul do azul do céu
A lua branca eu te mostrei
Mostrando-a ti, dos olhos meus correr senti
Uma nívea lágrima e assim te respondi
Fiquei a sorrir por ter o prazer
De ver a lágrima nos olhos a sofrer

A dor da paixão não tem explicação
Como definir o que só sei sentir
É mister sofrer para se saber
O que no peito o coração não quer dizer
Pergunta ao luar, travesso e tão taful
De noite a chorar na onda toda azul
Pergunta, ao luar, do mar à canção
Qual o mistério que há na dor de uma paixão

Se tu desejas saber o que é o amor
E sentir o seu calor, o amaríssimo travor do seu dulçor
Sobe um monte à beira mar, ao luar
Ouve a onda sobre a areia a lacrimar
Ouve o silêncio a falar na solidão
De um calado coração
A penar, a derramar os prantos seus
Ouve o choro perenal
A dor silente, universal
E a dor maior, que é a dor de Deus

Se tu queres mais, saber a fonte dos meus ais
Põe o ouvido aqui na rósea flor do coração
Ouve a inquietação da merencória pulsação
Busca saber qual a razão
Por que ele vive assim tão triste a suspirar
A palpitar em desesperação
A queimar de amar um insensível coração
Que a ninguém dirá no peito ingrato em que ele esta
Mas que ao sepulcro fatalmente o levará