quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Evidências - Ana Gabriel, cantora mexicana

Olá, amigos e amigas,
Comecei outubro com Benito di Paula e encerro com Ana Gabriel, cantora mexicana de excelente timbre vocal, isto é, opinião não copiada, e sim impressão sentida em meus ouvidos. Lembro a vocês que é a segunda postagem de Ana Gabriel neste blog, a primeira foi com a canção História de Um Amor (21/set). Porém, devo acrescentar que minha escolha recaiu não apenas pela voz, também pela interpretação. Não creio ser necessário alongar-me em justificativas, inclusive para não causar polêmica com os e/ou as fãs de outros cantores. Ou seja, mudando de audição para visão, cada qual com o matiz que lhe faz bem aos olhos. Contudo, espero agradar à maioria dos visitantes. 



Evidências
Composição de José Augusto e Paulo Sérgio Valle
Quando eu digo que deixei de te amar,
É porque eu te amo.
Quando eu digo que não quero mais você,
É porque eu te quero.
Eu tenho medo de te dar meu coração
E confessar que eu estou em tuas mãos,
Mas não posso imaginar
O que vai ser de mim
Se eu te perder um dia.
Eu me afasto e me defendo de você,
Mas depois me entrego.
Faço tipo, falo coisas que eu não sou,
Mas depois eu nego.
Mas a verdade
É que eu sou louco por você
E tenho medo de pensar em te perder.
Eu preciso aceitar que não dá mais
Pra separar as nossas vidas.
E nessa loucura de dizer que não te quero,
Vou negando as aparências,
Disfarçando as evidências,
Mas pra que viver fingindo
Se eu não posso enganar meu coração?
Eu sei que te amo!
Chega de mentiras,
De negar o meu desejo,
Eu te quero mais que tudo,
Eu preciso do seu beijo.
Eu entrego a minha vida
Pra você fazer o que quiser de mim.
Só quero ouvir você dizer que sim!
Diz que é verdade, que tem saudade,
Que ainda você pensa muito em mim.
Diz que é verdade, que tem saudade,
Que ainda você quer viver pra mim.


terça-feira, 30 de outubro de 2012

Moça - Wando, cantor brasileiro



Moça

Composição de Wando

Moça, me espere amanhã
levo o meu coração pronto pra te entregar
Moça, moça eu te prometo
eu me viro do avesso só pra te abraçar

Moça, sei que já não és pura 
teu passado é tão forte, pode até machucar
Moça, dobre as mangas do tempo
jogue o teu sentimento todo em minhas mãos

Eu quero me enrolar nos teus cabelos
abraçar teu corpo inteiro
morrer de amor, de amor me perder

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Verdade Chinesa - Diogo Nogueira, cantor brasileiro


Verdade Chinesa

Composição de Carlos Colla e Gilson

Era só isso
Que eu queria da vida
Uma cerveja
Uma ilusão atrevida
Que me dissesse
Uma verdade chinesa
Com uma intenção
De um beijo doce na boca...
A tarde cai
Noite levanta a magia
Quem sabe a gente
Vai se ver outro dia
Quem sabe o sonho
Vai ficar na conversa
Quem sabe até a vida
Pague essa promessa...

Muita coisa a gente faz
Seguindo o caminho
Que o mundo traçou
Seguindo a cartilha
Que alguém ensinou
Seguindo a receita
Da vida normal...

Mas o que é
Vida afinal?
Será que é fazer
O que o mestre mandou?
É comer o pão
Que o diabo amassou?
Perdendo da vida
O que tem de melhor...

Senta, se acomoda
À vontade, tá em casa
Toma um copo, dá um tempo
Que a tristeza vai passar
Deixa, pra amanhã
Tem muito tempo
O que vale
É o sentimento
E o amor que a gente
Tem no coração...

Corazón Espinado - Santana, guitarrista mexicano e Maná - banda pop-rock mexicana


Corazón Espinado

Composição de Fher Olvera

Esa mujer me esta matando
me ha espinado el corazón
por más que trato de olvidarla
mi alma no da razón.
Mi corazón aplastado
dolido y abandonado
a ver a ver tu sabes dime mi amor
cuanto amor y que dolor nos quedó
Ah ah ah corazón espinado
Como duele me duele mamá
Ah ah ah como me duele el amor
Como duele como duele el corazón
cuando uno es bien entregado
pero no olvides mujer que algun día diras
ay ay ay como me duele el amor

Ah ah ah corazón espinado
Como duele me duele mamá
Ah ah ah como me duele el amor

Como me duele el olvido
como duele el corazón
como me duele estar vivo
sin tenerte a un lado amor
Corazón espinado....
corazón espinado....

Praia do Paraíso - Ilha de Mosqueiro - PA - Brasil


Amigos, depois de um final de semana na aprazível ilha de Mosqueiro, retornei para Belém em dia de eleição para prefeito (28/10/2012). Tomara esteja nos planos de governo do recém-eleito um amplo e significativo trabalho nas ilhas que são parte do município de Belém, notadamente as que têm no turismo sua principal fonte de renda. A beleza natural não é suficiente para atrair visitantes, todos sabemos. É preciso o apoio da prefeitura à melhoria da acolhida a quem chega. Imprescindíveis são a simpatia e a presteza no atendimento, a segurança do visitante e a oferta de fácil locomoção em transporte confortável. Isto requer uma política de incentivo aos hotéis, às pousadas e aos restaurantes, na qualificação profissional dos que atuam na área do turismo, para que o visitante sinta-se bem tratado. Sem dúvida que todos desejam sentir-se em segurança nas ruas, nas áreas públicas de lazer e nas praias.  Desejam também regularidade nas linhas de ônibus que circulam nesses balneários, assim como a solução satisfatória para os problemas de aumento do trânsito de veículos incluindo a escassez de espaços para estacionamento dos carros de passeio. Na ilha de Mosqueiro, dou ainda como sugestão, a reestruturação das obras úteis existentes, postos de saúde e mercados municipais concorridos e operantes. Defendo a ideia da construção de um mercado de peixe na Ponte do Cajueiro, extinguindo a precária feira em atrapalhos ao trânsito principalmente em dias de chuva. Incluo a premente recuperação de áreas de lazer e passeios públicos já existentes em algumas praias e a preservação de jardins e bosques públicos. Também necessárias a construção de muros de arrimo e orlas com postes de iluminação nas praias mais distantes. Bom para os visitantes, melhor ainda para os nativos, cidadãos que elegem prefeitos.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

José (E agora, José?) - Poema de Drummond, voz de Paulo Diniz, cantor brasileiro

Faço hoje a postagem de uma bela combinação de música, voz e imagem com o poema “José”, de Carlos Drummond de Andrade, inegavelmente um dos maiores nomes da poesia brasileira.

José
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta,
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro, sua incoerência,
seu ódio - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho do mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Pra Você - Gal Costa, cantora brasileira

Depois de tanto mexer, juntar e desfazer, separei quatorze contos, uns escritos há tempos, outros mais recentes e dei por definitivamente concluído o livro  -  “Chão Calcado de Paixões”. Coloquei no final o conto “Ah, se eu fosse você...” que escrevi inspirado na letra da canção “Pra você”, composição de Sílvio César, música romântica gravada por vários cantores e cantoras de renome no cenário artístico brasileiro. Dentre essas “feras” escolhi para postagem um vídeo de Gal Costa com sua límpida voz em belíssima interpretação. Espero que concordem com minha escolha. A propósito do livro, até o momento não editado, nas mãos dos editores e lançamento, assim peço a Deus – para o ano que vem. Abraços a todos.

Pra Você
Composição de Sílvio César
Pra você eu guardei
Um amor infinito
Pra você procurei
O lugar mais bonito
Pra você eu sonhei
O meu sonho de paz
Pra você me guardei demais
Demais
Se você não voltar
O que faço da vida?
Não sei mais procurar
A alegria perdida
Eu não sei bem por que
Fui gostar tanto assim
Ah, se eu fosse você
Eu voltava pra mim
Voltava sim
Ah, se eu fosse você
Eu voltava pra mim
Voltava sim




segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Tacacá - Dominguinhos e Joquinha Gonzaga, cantores brasileiros

Por volta de 1973 tive o privilégio de manter um curto diálogo com o Rei do Baião. Eu atendia na bateria de caixas da agência do Banco do Brasil de Santarém-PA, quando avistei Luiz Gonzaga bem à frente do guichê ao lado. Ainda que sem chapéu de couro e o traje nordestino característico, eu o reconheci imediatamente. Sem saber o que dizer, exclamei dirigindo-me a ele: – Luiz Gonzaga! Ele me olhou surpreso e esperou que eu falasse algo mais. E o que me saiu da cabeça foi: – Então você vai “mandar uma brasa” aqui em Santarém!  Eu me referia ao show que ele faria à noite no estádio Elinaldo Barbosa. Ele esboçou um sorriso e em sua simplicidade respondeu-me de modo espirituoso: – Meu filho, já não sei nem se consigo mandar cinza... Mas vamos ver. Depois me falou sobre suas responsabilidades com a família. Solicitava uma ordem de pagamento.
Para mim, um encontro inesquecível. Foram poucos minutos que fizeram aumentar minha admiração por um artista de imenso talento e autêntico representante da música brasileira.
Neste ano em que completaria cem, se ainda conosco estivesse, a TV Globo apresenta um programa com passagens de sua vida e seu trabalho artístico. O que me fez lembrar de uma de suas músicas, na qual ele faz sua homenagem à cidade de Belém do Pará. Intitula-se Tacacá.



Tacacá
Composição de Luiz Gonzaga e Lourival Passos
Quem vai a Belém do Pará,
desde a hora em que sai
não se esquece de lá,
quer voltar.
Lembrar o açaí, o tacacá,
que saudade que dá
de Belém do Pará!
Orar na Matriz de Belém,
conversar com alguém,
como é bom recordar!
Jesus em Belém foi nascer,
eu quisera morrer
em Belém do Pará.
Tá aqui tucupi,
tem mais o jambu,
também camarão.
Quem quer tacacá?

sábado, 13 de outubro de 2012

Tempos de Círios - Luiz Manoel Ferreira Maia

Outubro
Tempos de círios

Anjinhos cavalgam em ombros humanos. Divertem-se. Tamborilam em cabeças. Dedinhos entrelaçam rédeas de cabelos. Olhinhos vivos percorrem em derredor: superfície ondulante, chapéus, asas, cruzes, fitas, bandeiras. Curiosa miscelânea boiando sobre a multidão de cabeças e braços elevados, mãos espalmadas em saudação. Mãos que pedem bênçãos à Virgem Mãe.
Milhões de reflexos, cintilações de fragmentos metalizados e milhares de balões coloridos flutuam no horizonte azulado. Paisagem em louvor. Em festa.
Querubins observam, alguns bocejam. Cansam. Dormem pendurados em pescoços de romeiros. Retratam aspectos do Deus-Menino. Pureza, inocência. Realeza, divindade. Alegria em vidas que desabrocham.
Tentemos encadear-nos nesse tempo de vida renovada.
Novamente outubro. Vivamos neste e noutros tempos o Círio de Nazaré, tempo no qual assume a forma extraordinariamente caudal o rio de gente em que navegam os carros ornamentados que conduzem anjos, que contam milagres, que recebem promessas. Vivamos o tempo das velas e dos terços nas mãos dos romeiros, da multidão de lábios a recitar versos de amor, a soltar gritos de entusiasmo. Tempos da grande romaria que se sucede sobre veículos rodantes, em barcos com silhuetas de flâmulas tremulantes sobre as águas tintas da ocra amazônica, ou em horas de caminhada pelas ruas de Belém. Romaria de um povo que em suor e esforço se agiganta na fé, de almas que ladeiam com alegria e esperança a imagem da mãe peregrina. Vivamos o tempo em que milhares de olhos contemplam explosões multicolores nos céus. Tempo do Círio que desde o amanhecer já nos ensurdece com o pipocar de fogos de artifício, e que em sua intermitência ouvimos com emoção o badalar festivo de todos os sinos da Basilica e os acordes dos hinos das bandas militares engalanadas. Tempo de maior dedicação dos engajados no servir, das ordens clericais nas ruas a caminhar com fervor ao lado das associações embandeiradas, dos colegiais uniformizados e dos devotos de braços dados. Peregrinos que elevam as mãos suplicantes e de outros que as ocupam a carregar esculturas em cera, miniaturas de casas, barcos e objetos singulares, na mostra que cada um pretende firmar na lembrança de todos, do quanto somos agraciados em resposta aos nossos apelos a Maria.
Vivamos o tempo do Círio de Nazaré, do solo coberto de pés caboclos, índios, brancos, cafuzos, negros. Pés que se esticam nas pontas e fazem a vista procurar, acima dos ombros e cabeças à frente, qualquer sinal de aproximação da berlinda ornamentada com flores, que agasalha a imagem de Maria, da mãe querida de todos. Da mãe que em seu passeio mostra a todos o Menino-Deus em seus braços, seu amado filho e nosso irmão. Mãe e Filho em simbolismo do amor universal, que atraem para si nossa atenção, nossos corpos em alerta e nossas almas em devoção.
Senhora de Nazaré, mãe que acolhe as nossas súplicas de remissão das nossas culpas, que atende aos pedidos de libertação das almas prisioneiras às correntes do egoísmo, dos cárceres do ódio e das teias da ambição da posse de tesouros que as traças corroem e que o tempo desfaz.
Vivamos o Círio a acompanhar Maria e o Menino nos círios de todos os tempos.
Vivamos o tempo do Círio de Nazaré. Da corda dos pagadores de promessas. Da corda que em tempos distantes se fez útil no desatolar do carro da berlinda. De útil tornou-se precaução, depois, tradição.
Nos tempos passados ficou o atoleiro. Hoje a corda arrasta consigo a incalculável gratidão. Transformada em símbolo de fé pelos detentores do galardão que para si rogaram auxílio e proteção. Nos Círios de hoje, a corda em sacrifício verte lágrimas de alegria pelas graças alcançadas; ela range, grita, canta, recita. Reza, soluça e tartamudeia. Aqui e ali solta urros de vitória. Como um animal que ruge em alívio ao livrar-se da armadilha. Pronuncia sons indefinidos, outros imperceptíveis. Nada reclama. Supera o cansaço, a secura da garganta e o sofrer nas carnes doloridas. Assim segue a corda, inacreditável para quem a vê a passar, inimaginável para quem nunca a viu tão perto, grandiosa e mística em seus incontáveis fios de milagres anônimos. Milagres tantos, de cada um que traz em si a história do livramento de uma agonia.
Com nossa Mãe vivamos solidários aos agradecidos, em tempos de fraternidade, de romarias, de festas, de felizes reencontros... Vivamos o tempo desde a preparação, nas visitas em peregrinação, na trasladação da imagem da Virgem Santíssima, na véspera do domingo e nos dias seguintes de cada outubro. Vivamos o tempo do Círio no calor amazônico amenizado pelas sombras das frondosas mangueiras, pelos ventos que sopram sobre as barrentas águas da Baía de Guajará e adentram nesta terra abençoada.
Vivamos mais uma vez o círio anunciado pelos indomados periquitos, que em bandos pelos céus de Belém serpenteiam em desenhos estridentes, proclamando a vida uma eterna criança.
Vivamos e lembremos os tempos que passaram, trilhados em comunhão pela estrada de Nazaré, no sacrifício envolvido na fé, nas marcas dos nossos pés no caminho em que abandonamos nossas incertezas, nossos rancores, nossas mágoas, nossos desentendimentos... Todos esses pesados fardos que conseguimos desatar de nossos ombros a cada romaria, em que tivemos sobre nós o olhar misericordioso de nossa divina mãe.
Graças, Maria, à tua magnitude, à tua intercessão por teus filhos em tempo imorredouro. Graças pelos teus rogos em eras passadas e pelos anos que virão a suceder-se em novos tempos, em novos Círios, em que percorreremos felizes ao sentir tua presença constante entre nós. Tua companhia que nos enche de ânimo, da alegria de nos sentirmos filhos da Excelsa Mãe.
Vivamos como filhos que somos de Maria, a conosco peregrina, que traz aos nossos corações a certeza da superação das adversidades, que nos leva a um caminho de luz e nos renova a esperança de que a cada passo conquistaremos uma vida de amor e paz.
Não sabemos quanto tempo há de passar, tempo de vida humana, para que os filhos que virão sigam os mesmos caminhos e cada um venha a comprazer-se no amor fraternal e na alegria da festa do Círio de Nazaré, em que repetimos em júbilo a saudação angélica, Ave Maria, cheia de graça, porque assim foste A Escolhida. O Senhor está contigo, bendita sois entre as mulheres, pois que em teu ventre deste abrigo ao Príncipe da Paz.
Maria, que conduziste o caboclo Plácido ao teu lugar em Nazaré. Que trouxeste a muitos o significado desse encontro: Contigo Jesus e sua mensagem de amor e paz para esta região tão brasileira, tão bela de águas e florestas. Chamas ao teu encontro teus filhos em todos os recantos e de todas as ilhas cercadas de rios e igarapés. Acorrem ao teu chamado – a pé, em carros, a remo ou à vela – à tua festa matinal, na grandiosa procissão que percorre os verdes túneis de Belém do Pará, entre cânticos, orações e agradecimentos.
No teu Círio que segue seu curso na felicidade das graças alcançadas e no cumprimento de promessas. Em jornada de libertação das almas, entre pedidos e desejos de conversão. Que se move na força da fé e do amor sublimado em pureza e devoção.
Vivamos tempos de Círios, da festa de todos os que te acompanham e se tornam irmãos, se aparentam e se veem em família pela tua maternal presença. Em que afloram com mais vivacidade as emoções dos olhares e abraços afetuosos, das mãos que se afagam e trocam energias benfazejas.
Vivamos o Círio de Nazaré na tradição, na alegria das reuniões, das mesas com iguarias paraenses. Nas apresentações, no reencontro de parentes e amigos. Na alegria dos jovens no parque e da criançada com os brinquedos de miriti. Tempo em que os velhos remoçam nos brindes e no testemunho de mais um Círio, na lembrança daqueles de outrora e na certeza de que outros virão cada vez mais belos.
Vivamos mais um Círio de Nazaré em paz e na simplicidade das almas que se reconhecem humildes diante das grandezas divinas e dos mistérios insondáveis que regem o universo.
Vivamos o Círio, no êxtase da contemplação da imagem de Nossa Senhora, mãe intercessora em todos os tempos.

Do livro de crônicas “Tempos de Círios e Outros Tempos”, autoria de Luiz Manoel Ferreira Maia, com os editores para publicação em breve;

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Versos trasladados (X) - Soneto para a Virgem de Nazaré

Outubro, 2001

Soneto para a Virgem de Nazaré

Ó Senhora, ao passardes nesta estrada
de Nazaré, rua nossa e muito vossa
Com o coração tão puro, o quanto possa,
Quero saudar-vos, Virgem Mãe Imaculada!

Estar descalço, na humildade do romeiro
Ser caboclo com alma de menino
Não me falte a voz ao vosso hino
Relembrado em toda parte, o ano inteiro

Ave Maria de Jesus amado
De tod'as mães tendes vós filhos ao lado
A proclamar, deste povo sois o Lírio

De suave perfume em graças derramado
Sobre as terras e as águas, sobre o verde abençoado
Sobre o imenso rio de gente, vosso Círio

Do livro "Universo e Vida" - Poesia e Prosa - Luiz Manoel Ferreira Maia
Editado em 2012

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Círio, o Natal dos Paraenses


Há muito tenho pensado sobre essa sentença, surgida não sei quando e tampouco por quem dita pela primeira vez. Somos livres em nossos conceitos que podem ou não alçar voo, alcançar distâncias e ecoar um sem número de vezes.  Creio que essa expressão é dita em ufanismo a um evento religioso que se reveste de grandiosidade e todos os paraenses disso são conscientes, incluindo-se os que professam credos diferentes do catolicismo, pois ninguém pode negar o que é incontestável. O Círio de Nazaré é um evento religioso marcante, grandioso em devoção e demonstração da fé católica. Creio que se pretendeu com a ideação da frase, fazer um comparativo em importância, sobretudo em significação religiosa. Porém, a meu ver, embora com a intenção de equiparar, é uma expressão que não traduz fielmente o pensamento de muitos, porque Natal e Círio de Nazaré são festas religiosas distintas e com essa afirmação parece que pretendemos um Natal exclusivamente paraense a nos outorgar um privilégio sobre os demais católicos. Creio que nunca pretendemos nenhum privilégio, basta-nos como paraenses a força da nossa fé em Nossa Senhora de Nazaré, Padroeira da Amazônia e nosso ânimo em comemorar em cada outubro o Círio como um dia especial dedicado à mãe de Jesus Cristo. No meu entendimento então, é isso, a Festa do Círio é o povo em devoção nas ruas de Belém. Se bem explico, em devoção e não adoração.
O Natal é um acontecimento comemorado em todos os quadrantes do globo terrestre. Se o Círio é uma festa que se faz pelas calçadas, o Natal é uma festa de aconchego familiar, faz-se dentro dos lares cristãos em regozijo ao nascimento do Cristo Salvador. Daí o meu pensar sobre a impropriedade da expressão título desta crônica.        

domingo, 7 de outubro de 2012

Círios - Lucinha Bastos, cantora brasileira

Círios

Composição de Marco Aurélio e Vital Lima

Meu filho, vês aquela claridade?
É a cidade na escuridão...
O barco singra as águas
e pulsa feito um coração
cheio de alegria,bálsamo,benção.

O Círio de Nazaré,
tu verás, será, menino,
algo pra não se esquecer,
pra colar no teu caminho
feito o som de uma viola
que te fez chorar baixinho...
quando vires a Senhora
ficarás pequenininho.

Diante do mistério que há
nessa nossa vida humana,
vais crescer mais que o rio-mar,
vais voar mais que as semanas,
vais sorrir pro revelado,
fruto da emoção na boca
de que tudo é amarrado
e o mundo é um, é oca.

Menino acorda e vem olhar
o sol não tarda em levantar
vem ver Belém
que começa a despertar.

Outros outubros tu verás
(e outubros guardam histórias),
ver o peso
quando for a hora.

Outubro em Belém do Pará - Brasil

Manhã de Carnaval - Paul Mauriat, orquestrador francês

Tico-Tico no Fubá - Ney Matogrosso, cantor brasileiro



Tico-Tico no Fubá

Composição de Zequinha de Abreu e Eurico Barreiros

Um Tico-Tico só
O Tico-Tico lá
Está comendo
Todo, todo, meu fubá
Olha seu Nicolau
Que o fubá se vai
Pego no meu Pica-Pau
E o tiro sai
Então eu tenho pena
Do susto que levou
E uma cuia
Cheia de fubá eu dou
E alegre já voando e piando
Meu fubá, meu fubá
Saltando de lá para cá


Houve um dia porém
Que ele não voltou
O seu gostoso fubá
O vento levou
Triste fiquei quase chorei
Mas então vi
Logo depois não era um
E sim já dois
Quero contar baixinho
A vida dos dois
Tiveram ninhos
E filhinhos depois
Todos agora pulam ali
Saltam aqui
Comendo todo o meu fubá
Saltando de lá para cá...

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Coração Sonhador - Nilson Chaves, cantor brasileiro





Coração Sonhador

Composição de Nilson Chaves

Eu sonhei com a lua cheia
Prateando o céu e o mar
Vi o rio da tua beleza
Transbordando em meu olhar
Eu te vi uma sereia
Num sorriso sedutor
Doce ilusão nos olhos
Magia no meu coração sonhador
Quando te vi chegando, morena
Tão bonito que era
Eu vi o sol e a lua trazendo
As cores da primavera
Eu te vi um dia lindo
Teu olhar em mim raiando
Como um barco no horizonte
Do prazer me navegando
Eu um boto e tu cunhã
Na manhã do nosso amor
Doce ilusão nos olhos
Magia no meu coração sonhador

Fullgás - Marina Lima, cantora brasileira

 
 
 
Fullgás
 
Composição de Marina Lima e Antônio Cícero

Meu mundo você é quem faz
Música, letra e dança
Tudo em você é fullgás
Tudo você é quem lança
Lança mais e mais
Só vou te contar um segredo
Não nada
Nada de mal nos alcança
Pois tendo você meu brinquedo
Nada machuca, nem cansa

Então venha me dizer
O que será
Da minha vida
Sem você

Noites de frio
Dia não há
E um mundo estranho
Pra me segurar
Então onde quer que você vá
É lá, que eu vou estar
Amor esperto
Tão bom te amar

E tudo de lindo que eu faço
Vem com você, vem feliz
Você me abre seus braços
E a gente faz um país
Você me abre seus braços
E a gente faz um país

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Mensagem aos visitantes

Amigo visitante,
Iniciamos outubro com Benito Di Paula, nome artístico adotado por Uday Vellozo, cantor brasileiro com seu grande repertório de músicas levado ao público em voz e teclado, combinados em harmonia e estilo inconfundível. Quem desejar saber mais sobre Benito deve acessar: www.benitodipaula.com.br .
O manancial de música brasileira é sabidamente incalculável, e a tarefa de separar e postar em um blog apenas algumas joias desse tesouro é bastante difícil. A escolha tende naturalmente à subjetividade, modo que nos resta sempre a esperança que nossa preferência vá ao encontro do gosto da maioria. Contudo, este blog foi criado com o escopo de apresentar-se diversificado: música, literatura e imagem em entretenimento agradável. Vem assim a necessidade de mesclá-lo e escapar de um direcionamento único.
No fim de setembro veio-nos a ideia de pesquisar e postar vídeos musicais com amostras de ritmos e danças regionais brasileiras, eis que em nosso imenso país, cada região possui geograficamente sua singularidade manifestada em vários aspectos, notadamente e muito vívida em seus ritmos folclóricos, seus trajes e suas danças típicas. Uma tarefa que requer uma criteriosa procura de dados confiáveis, mormente pela exigência de ética e responsabilidade na publicação sem desvirtuamentos dos fatos, primando pelas suas autenticidades. Que Deus permita e nos ajude nesse trabalho. Saudações a todos e nossos agradecimentos pelas visitas.