segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Wyatt Earp - Conto de Luiz Manoel Ferreira Maia


WYATT EARP

Edgar reverenciava seu tio Aluísio como ídolo, um fiel ícone representante da lei e da ordem. O honrado comissário de polícia era sempre notado em sua estatura acima da média, porte elegante, fisionomia serena, olhar penetrante, bastos cabelos pretos penteados para trás. Quase sempre de terno escuro e somente quando necessário identificava-se mostrando sua insígnia, uma estrela prateada presa no forro do paletó, à altura da lapela. Na fantasia do sobrinho era a imagem e semelhança de Wyatt Earp, o lendário xerife do velho oeste, ainda que os bigodes do tio não fossem tão extravagantes. Certa noite, na festividade de Nossa Senhora das Graças, tio Aluísio deu voz de prisão a um arruaceiro. O malandro o encarou em sua magreza e com desdém lançou-lhe um desafio. O destemido policial topava com um turbulento em acintosa reação, em desaforado desacato, e decerto que dominá-lo não seria nada fácil. O desordeiro percebeu o comissário desarmado e o julgou incapaz de enfrentá-lo em luta corporal. Em atitude debochada andava de um lado para o outro, cabeça levantada e os braços esticados balançando para frente e para trás, em gestos dizendo-se livre para o que bem entendesse. Enganava-se. O comissário não o deixaria escapar facilmente. Sendo necessário não o pouparia da precisão e agilidade de seus punhos treinados e habituados à ação no dia a dia policial. Poucos segundos de indefinição e entra em cena num salto repentino à frente do meliante um terceiro homem: Pedro, rapaz de média estatura, ombros largos e músculos visivelmente divididos e salientes na pele negra de um corpo ágil desenvolvido na faina ao ar livre nos campos da Ilha do Marajó. Desde cedo peão em corpo rijo fortalecido no alimento habitual de peixe assado com pirão de farinha de mandioca, leite de búfala e todo dia açaí fresco amassado em peneiras de palha pelas mulheres da fazenda. Em seu simples entendimento de respeito à autoridade, sentiu-se injuriado com o inveterado pinguço. Tomando para si as dores dos cidadãos insultados, decidiu que o desordeiro merecia uma lição. Fez-se ajudante de xerife e ao fanfarrão se dirigiu em tom de desprezo:
– Cê non respeita a pulíça, seu corno-safado!... já ouviu que tá preso, intão tá preso! Antes que o brigão se aprumasse, Pedro já o levantava acima de sua cabeça e o arremessava sobre as raízes expostas de um benjaminzeiro, como se fosse um saco cheio de macaxeira. Um baque surdo foi seguido por um forte gemido do valentão que das bazófias passou aos lamentos. Com os olhos mortiços em confusão de estrelas triplicadas no céu, entre ais e dores nas costas, apavorava-se, pedia clemência e entregava os pulsos às algemas.

Wyatt Earp impassível, olhos gélidos, fitava o prisioneiro sentado no chão, quieto, ladeado por dois guardas da força policial que acorreram ao local da confusão. Uma viatura levaria o valentão para curtir a bebedeira atrás das grades. A novena terminara, dispersavam-se os devotos e a paz fora restaurada no arraial ao redor da casa de Dona Zenóbia, onde se guardava a imagem de Nossa Senhora. Em seu íntimo Edgar aplaudia com orgulho a atuação de tio Aluísio e de Pedro, o ajudante de improviso, como respeitados homens da lei. Em Los Angeles, Tombstone ou qualquer quadrante estivesse, o espírito do famoso delegado testemunhava satisfeito o destemor de seu sósia belenense.

(Do Livro "Correio Sentimental E Outros Contos"  - www.amazon.com.br ) 

sábado, 28 de setembro de 2013

Años - Mercedes Sosa, cantora argentina / Raimundo Fagner, cantor e compositor brasileiro


Años

Composição: Pablo Milanés

El tiempo pasa

Nos vamos poniendo viejos
Yo el amor 
No lo reflejo como ayer
En cada conversación 
Cada beso cada abrazo
Se impone siempre un pedazo 
De razón

Vamos viviendo
Viendo las horas 
Que van pasando
Las viejas discusiones 
Se van perdiendo
Entre las razones
Porque años atrás
Tomar tú mano
Robarte un beso
Sin forzar el momento 
Hacía parte de una verdad

Porque el tiempo pasa
Nos vamos poniendo viejos
Yo el amor 
No lo reflejo como ayer
En cada conversación 
Cada beso cada abrazo
Se impone siempre un pedazo 
De razón

A todo dices que sí 
A nada digo que no
Para poder construir
Esta tremenda armonía
Que pone viejo los corazones

Porque el tiempo pasa
Nos vamos poniendo viejos
Yo el amor 
No lo reflejo como ayer
En cada conversación 
Cada beso cada abrazo
Se impone siempre un pedazo 
De temor


Que Seas Feliz - Joanna, cantora brasileira


Que Seas Feliz

Composição: Consuelo Velásquez

Que seas feliz, feliz, feliz 
Es todo lo que pido en nuestra despedida 
No pudo ser después de haberte amado tanto 
Por todas esas cosas tan absurdas de la vida

Siempre podrás contar conmigo 
No importa donde estés 
Al fin que ya lo ves quedamos como amigos 
Y en vez de despedirnos con reproches 
Y con llanto 
Yo que te quise tanto 
Quiero que seas feliz, feliz, feliz

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Tempo Perdido - Legião Urbana, banda de rock brasileira

Olá, amigos e amigas visitantes,
Em qualquer roda de conversa informal, quando o assunto vai para música brasileira, não há quem discorde do imenso valor da perda de Renato Russo. Qualquer comentário sobre sua autenticidade, seu invulgar talento poético, musical ou mesmo filosófico fica a dever algo mais, tal a profundidade que suas composições conseguem atingir ao mergulhar na alma do público, principalmente dos sempre incondicionais fãs de Renato, que o aplaudiram desde o início de sua carreira como vocalista e líder da Legião Urbana. Esta postagem não é feita a pedido de uma só pessoa, é na verdade um latente reclamo da sensibilidade de seus admiradores.



Tempo Perdido

Composição: Renato Russo

Todos os dias quando acordo
Não tenho mais o tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo
Todos os dias antes de dormir
Lembro e esqueço como foi o dia
Sempre em frente
Não temos tempo a perder
Nosso suor sagrado
É bem mais belo que esse sangue amargo
E tão sério
E selvagem
E selvagem
E selvagem
Veja o sol dessa manhã tão cinza
A tempestade que chega é da cor dos teus
Olhos castanhos
Então me abraça forte
E diz mais uma vez
Que já estamos distantes de tudo
Temos nosso próprio tempo
Não tenho medo do escuro
Mas deixe as luzes acesas agora
O que foi escondido é o que se escondeu
E o que foi prometido, ninguém prometeu
Nem foi tempo perdido
Somos tão jovens
tão jovens
tão jovens


segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Beleza Que É Você Mulher - Rodrigo Vellozo, cantor brasileiro

Olá, amigos e amigas visitantes,
Nesta postagem trago a vocês o jovem cantor Rodrigo Vellozo na reedição de um dos grandes sucessos de seu pai  Benito Di Paula. Em sua apresentação o cantor dá realce à musica com uma bela introdução ao piano. Um abraço a todos.            





Beleza Que É Você Mulher

Composição: Benito Di Paula

 La laia laia la laia 
La laia laia la laia

Vem mulher pra ser a namorada
No meu samba e no compasso
Vem sambar
Vou agradecendo em cada verso
Seu sorriso e seu gingado
Vem sambar

Vem com toda a sua calma
Aumentando a ilusão

Eu esqueço a tristeza
Me perco nessa beleza que é você, mulher
Eu esqueço a tristeza
Me perco nessa beleza que é você, mulher

Você mulher de corpo e alma
Estremece a minha calma

Eu esqueço a tristeza
Me perco nessa beleza que é você, mulher
Eu esqueço a tristeza
Me perco nessa beleza que é você, mulher






quinta-feira, 12 de setembro de 2013

História De Um Homem Mau (Ol Man Mose) - Roberto Carlos, cantor e compositor brasileiro

Olá, amigos e amigas visitantes,
História De Um Homem Mau é uma versão lançada na década de 60 do século passado pelo cantor brasileiro Roberto Carlos. Música que L M  Neto ouviu recentemente e decorou a letra sem embaraço. Esta postagem certamente será de seu agrado e sem dúvida também acolhida com simpatia por todos aqueles  que irão relembrar o movimento musical brasileiro "jovem guarda" no qual surgiram talentosos músicos, compositores, cantores e cantoras. Um abraço a todos.
História De Um Homem Mau (Ol Man Mose)
(versão em língua portuguesa)

Composição: Louis Armstrong / Zilner Trenton Randolph

Eu vou contar pra todos a história de um rapaz
Que tinha há muito tempo a fama de ser mau
Seu nome era temido, sabia atirar bem
Seu gênio violento, jamais gostou de alguém
E ninguém jamais viveu pra dizer
Que o contrariou sem depois morrer
Nos duelos nem piscava, no gatilho ele era o tal
Todos que o desafiavam tinham seu final

Mas eis que numa tarde alguém apareceu
Com ele quis lutar e o mundo até tremeu
Marcaram numa esquina antes do por-do-sol
E todos já sabiam que um ia morrer

Nesse dia, porém, o homem mau tremeu
Logo entrou num bar e no bar bebeu
Ninguém tinha visto ainda ele em tal situação
Mas somente ele sabia qual era a razão

Chegando então a hora do outro encontrar
Chegando na esquina parou para olhar
O outro estava firme com a arma na mão
Fazia grande alarde fazendo sensação

O homem mau, então, quis logo matar
E no valentão quis logo atirar
E depois de um tiroteio todo mundo estremeceu
Quando um grito se ouviu, o homem mau morreu

Essa é a história de um homem mau!


quarta-feira, 11 de setembro de 2013

A Distancia - Betty Max, cantora brasileira

A Distância

Composição: Erasmo Carlos / Roberto Carlos

Nunca mais você ouviu falar de mim
Mas eu continuei a ter você
Em toda esta saudade que ficou
Tanto tempo já passou e eu não te esqueci
Quantas vezes eu pensei voltar
E dizer que o meu amor nada mudou
Mas o meu silêncio foi maior
E na distância morro
Todo dia sem você saber

O que restou do nosso amor ficou
No tempo esquecido por você
Vivendo do que fomos ainda estou
Tanta coisa já mudou, só eu não te esqueci
Eu só queria lhe dizer que eu
Tentei deixar de amar, não consegui
Se alguma vez você pensar em mim
Não se esqueça de lembrar
Que eu nunca te esqueci