segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Querida - Moacyr Franco, cantor brasileiro



Querida

Composição: B. Russel / Versão em português: Fred Jorge

Corro tanto pra chegar
Então eu paro sem saber
Se devo entrar
Quando parti eu não pensei
Que um dia voltaria
E voltei
Tudo estava bem
Ela e eu e tudo o que sonhei
Que louco fui
Dizendo adeus e partindo
Para o mundo conquistar
Nem eu sei pra quê
Eu recordo seu olhar
Tão cansado de chorar
Por quem partiu
E num aceno derradeiro
Quando a tarde ia morrer
Eu disse adeus
Em outro céu eu procurei
A mesma estrela que brilhou
Só para mim
E muito longe não achei
Essa luz que guiava
O meu viver
Querida hoje volto
Cansei de sofrer
Perdoa se um dia
Tentei te esquecer
Faz tanto tempo que nem sei
O que restou do que levei
No coração
Por mil caminhos eu perdi
Orgulho, paz e percebi
Que nada sou
O tempo passa sem cessar
E faz a vida transformar
Em tristeza em solidão
A primavera já passou
Outono veio me envolver
E eu sei porquê
Querida hoje volto
Cansei de sofrer
Perdoa se um dia
Tentei te esquecer
Mas de repente eu vejo abrir
Uma janela e a sorrir
Te vejo amor
Teu nome tento murmurar
E o pranto doce a deslizar
Me faz calar
Tuas mãos que eu beijei
Estão cheias de perdão
Só para mim
Se trago dor e solidão
Em teu amor hei de encontrar
O que perdi
Querida eu volto
Por favor esqueça
Tudo, tudo, tudo o que passou


És Meu Amor - Jerry Adriani, cantor brasileiro


És Meu Amor

Composição: Freddie Garrit

Eu sei que tu vais me deixar
Mas a razão quero saber
Se todo o meu carinho e devoção
Eu dei a ti
Diz meu bem
Por que vais partir?

Não sei se vou
Me acostumar
Olhar em volta
E não te ver
Não quero que
Um outro alguém
Te faça infeliz
Diz meu bem
O que foi que eu fiz?
À noite eu te chamarei
Sabendo que
Não vais voltar pra mim
Jamais perder-te imaginei
E tão sozinho eu sofrerei
Eu sei que o tempo ajuda
A esquecer a minha dor

Ouve bem
És o meu amor

sábado, 18 de janeiro de 2014

O Natal De Caleb - Crônica de Luiz M F Maia


O Natal De Caleb
Após inúmeras tentativas para resolver um problema recorrente em sucessivas estações chuvosas, resolvi abrir uma janela na parede lateral para o forro da casa. Para descobrir sob o telhado por onde misteriosamente entrava água das chuvas, principalmente das torrenciais que reativavam antigas goteiras na laje. Uma pingadeira sem fim que nenhum especialista em telhados conseguia solucionar. Aberta a janela, viu-se onde estava o problema e pronto: até aí solucionado. Veremos mais adiante.  Descobriu-se também sobre a laje muito entulho acumulado. Cacos de telha e pedras ali deixados em outras vezes. Isso era outro problema: Como descartá-lo, se os contêineres da prefeitura sumiram dos pontos de coleta nas ruas?
                Picota apresentou-se para o serviço. Depois de examinar o entulho, deu o preço: retiro tudo por oitenta reais. Oitenta? Repliquei surpreso. É muito entulho, patrão, ele rebateu. Além disso, tenho que descartar em lugar certo, senão apreendem meu carrinho, que é meu ganha-pão. Sessenta não paga? Foi minha contraproposta. Ele coçou o queixo e concordou: Tá bem.
                Uma hora depois e o entulho no mesmo lugar. No dia seguinte Picota alegou que não faria o serviço, estava indisposto, dor no estômago. Para mim a situação complicou-se, outros carreteiros cobraram-me mais. Falei a Picota que concordava em pagar-lhe os oitenta reais que ele havia pedido inicialmente. Ele aceitou para no dia seguinte fazer o serviço. Veio mesmo. Antes de começar, falou: – Patrão, eu vou fazer este serviço sozinho, só por um motivo. Meu neto faz aniversário no dia de natal. Preciso de dinheiro para comprar o presente que ele quer. Ninguém quis me ajudar, mas faço assim mesmo, sem ajuda. Só para dar alegria a meu neto. Como se chama teu neto? Perguntei. Será Natalino? Ou Jesus? Falei em tom de brincadeira. Não, respondeu-me Picota, o nome do meu neto é Caleb. Nome bíblico. Sim, respondi, é verdade.
Picota começou a recolher o entulho em seu carrinho. Demorou pouco e já retornava pela terceira vez. Pareceu-me cansado. Falou-me que faria uma pausa, voltaria mais tarde. Seu carro de duas rodas não comportava muita coisa e ainda havia muito entulho para levar. Horas depois voltou com um rapaz para ajudá-lo. Cada vez que o carro ficava cheio e pesado vinha-me no pensamento o esforço daquele homem magro e de baixa estatura, parecia até não habituado a serviço pesado. Onde encontrava Picota tanta reserva acima do normal de suas forças? Supria-se daquela vez pelo amor ao neto, Caleb. De jeito nenhum seu avô o deixaria sem o sonhado presente, um valendo por dois coincidentes, duas alegrias num dia só, o aniversário de Jesus, também de Caleb.
Não duvidei do motivo de Picota. Era de fato muito entulho a exigir muito esforço de um pequeno homem que à minha vista fortalecia-se como o bíblico Sansão. Esse seria seu nome escondido no vulgo Picota. Por isso resolvi acrescentar mais vinte reais ao preço acordado pelo serviço. Ao fazer o pagamento disse eu: Este acréscimo é minha parcela de contribuição para o presente do teu neto. Feliz Natal para ti e para o menino. Picota sorriu, desejou-me o mesmo, agradeceu, pegou o dinheiro e sumiu. Pelo resto do dia eu imaginei os olhos de Picota a brilhar sobre Caleb, agarrado ao seu presente de Natal.

Tempo De Reclamar - Crônica de Nena Medeiros

Tempo de Reclamar
Em 2014, evite alagamentos. Não jogue lixo nas urnas.
(autor desconhecido)

E Brasília retorna ao seu normal, após quase um mês de calmaria. Gentes chegam de viagem e os espaços já rareiam no trânsito, bancos, restaurantes. Nos Shoppings, o fenômeno se antecipou, dadas as trocas dos presentes natalinos e, nas papelarias, pais ciosos se acotovelam para munir os seus pimpolhos pro início do ano letivo.
Com isso, está aberta a temporada de reclamações. Queixamo-nos dos engarrafamentos, das filas, dos exageros nas listas de material escolar, da enxurrada de impostos, do calor, da falta de mar, da fatura do cartão de crédito que reflete todos os abusos do Natal, Reveillon e férias...
Mas o ano segue. Daqui a pouco, a meninada volta às aulas e a paz, aos lares. O Nota Legal dá um refresco nos encargos - mais fraco a cada ano (tá quase um ki-suco), mas ainda ajuda -, as fotos das festas e viagens lembram que, se o cartão de crédito está gordo (e nós também), é porque a diversão foi nababesca! E, pro calorão, tem chuveiro, ventilador... É igual à praia, só que sem a areia, a água salgada, a brisa cheirosa, o mate gelado com limão, a turma do beach tennis, beach voley, beach beach… Ok. Não é nada igual à praia. Mas, tem ESPN e WIFI. E funciona! Se não chover, claro!
Nena Medeiros

Falando em chuva, que bom que ela deu as caras. Também! Fiz a dancinha dela, pedi, implorei, expliquei que eu a chamo de “mal necessário”, porque ela, às vezes, atrapalha meus programas ao ar livre e ao ar condicionado, derrubando internet, TV a cabo e energia elétrica, mas que sei que isso é culpa dos fornecedores desses serviços; que, quase tão certo quanto a morte são as tempestades de verão e nenhum deles faz nada para minimizar os transtornos causados por elas.

Insisti que ela é imprescindível. A CAESB extorquindo na taxa de esgoto, não dá pra ficar molhando grama em janeiro, né?!
Enfim, pra fazer as pazes com ela de vez, vou contratar operadoras menos suscetíveis aos humores de São Pedro e vou comprar um gerador de energia para os colapsos da CEB. Ah! E, já que o GDF mudou as regras no meio do jogo, nem vou pedir o cuponzinho! Quero mais é um Desconto Legal!
Achou ruim? Reclama! A temporada está aberta.

Fonte: www.nenamedeiros.com 

Todo Novo Dia É Um Dia Novo - Crônica de Ida Lenir



Todo novo dia é um dia novo

Hoje acordei com um gosto amargo na boca e uma preguiça de dar dó. Tudo por causa de dois caranguejos, alguns goles de cerveja e muita farofa com vinagrete. A mistura deu nisso e me exige uma dieta light para compensar os excessos da noitada.

Corpo e mente lentos propiciam reflexões nostálgicas. Ainda mais em época natalina. Talvez por isso tenha caminhado, em sonhos, pela Goiânia de minha infância, sentindo vividamente o cheiro da poeira que inundava o ar durante o ano todo. Invadiu-me uma saudade imensa daquela menina sonhadora, cheia de esperança e vitalidade, que acreditava ser capaz de mudar o mundo.

Não sei onde me perdi e me tornei essa pessoa tão enquadrada e conformada, tão presa aos aspectos materiais da existência. Embora a ânsia de viver e transgredir estejam intactas no fundo de minh’alma. É uma luta diuturna entre o dever e o querer, em que o primeiro ganha sempre. Cidadã exemplar.
Ida Lenir

Entendi que a vida é isso, uma batalha interna diária de pequenas e grandes decisões pessoais sobre o outro, sobre mim e sobre a relação entre nós, em que, apesar de não parecer, surge algo novo, em que o velho se repagina e faz sentido. Marcas do que se foi, sonhos que vamos ter…

É preciso alimentar as utopias, sonhar com elas. É preciso querer o devir, planejá-lo e projetá-lo bem adiante. É preciso ter paciência para esperar com determinação para realizar.

É preciso, acima de tudo, estar feliz com o agora, com o que sou, conquistei e construí.

Olhar para trás, como aprendizado; olhar para frente, com esperança; e entregar-se ao gozo do instante.

Porque todo novo dia é um dia novo para recomeçar. Enquanto fluir o dom da vida.

Fonte: http://diariodeumamulherdespeitada.wordpress.com/


segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Custe O Que Custar - Tom Cleber, cantor brasileiro



Custe O Que Custar

Composição: Hélio Justo / Edson Ribeiro

Já não sei dizer se sou feliz ou não
Já nem sei pra quem eu dou meu coração
Preciso acreditar
Que gosto de alguém
E essa tristeza
Vai ter que acabar e custe o que custar
Às vezes sinto até vontade de chorar
Eu quero ter alguém
Que possa compreender
Minha desilusão
Até pensar
Que nunca mais
Vou ter alguém pra mim
Eu já pensei assim
Até sofri demais
Será, meu Deus, enfim
Que eu não tenho paz
Já não sei dizer se sou feliz ou não
Já nem sei pra quem eu dou meu coração
Eu quero ter alguém
Que possa compreender
Minha desilusão
Até pensar
Que nunca mais
Vou ter alguém pra mim
Eu já pensei assim
Até sofri demais
Será, meu Deus, enfim 
Que eu não tenho paz
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sábado, 4 de janeiro de 2014

Maneiras - Zeca Pagodinho, cantor brasileiro




Maneiras

Composição: Sylvio da Silva

Se eu quiser fumar eu fumo, se eu quiser beber eu bebo
Eu pago tudo que eu consumo com o suor do meu emprego
Confusão eu não arrumo, mas também não peço arrego
Eu um dia me aprumo, pois tenho fé no meu apego
Eu só posso ter chamego, com quem me faz cafuné
Como o vampiro e o morcego é o homem e a mulher
O meu linguajar é nato, eu não estou falando grego
Eu tenho amores e amigos de fato
Nos lugares onde eu chego
Eu estou descontraído, não que eu tivesse bebido
Nem que eu tivesse fumado pra falar de vida alheia
Mas digo sinceramente, na vida, a coisa mais feia
É gente que vive chorando de barriga cheia
É gente que vive chorando de barriga cheia