quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Trem Das Onze - Fundo de Quintal / Demônios da Garoa, grupos de música brasileira

Olá amigos e amigas visitantes,
Este blog foi criado para entretenimento dos amantes da poesia e da música, principalmente da música popular brasileira. O manancial que o alimenta é enorme e essa imensidão pode muito bem ser comparada ao tamanho do nosso país com suas regiões delimitadas. Entende-se que por esse motivo a música brasileira é diversificada em seus ritmos porque cada região tem suas peculiaridades. Daí temos, por exemplo, no norte o Carimbó, no nordeste o Forró de Pé de Serra e o Samba finca com mais força suas raízes no Rio de Janeiro. Todos esses ritmos, com seu variado instrumental e melodias, porém, não conhecem fronteiras. Ultrapassam seu espaço geográfico e espalham-se pelo Brasil em sua totalidade.
Reportemo-nos agora aos dias de hoje em que muitos falam da escassez da qualidade de nossa música, quase todos afirmando que tempos atrás era bem melhor, as décadas de antes foram mais ricas, mais belas e criativas, mais generosas em música popular ao gosto de todos. Neste entendimento, hoje, a garimpagem à procura de novas músicas de qualidade é mais árdua, cansativa e desestimulante. Então concluímos, nossa reserva musical é grande, mas, de tempos passados.
Voltamos algumas décadas e paramos no tempo dos anos dourados, da jovem-guarda, das versões em português das mais famosas canções estrangeiras e do surgimento de artistas inovadores, Jorge Ben, Tim Maia, Chico Buarque, Ney Matogrosso, entre outros. Pelo meio dessa década, 1965, estourava em todo o Brasil  “Trem Das Onze” composição do já conhecido Adoniran Barbosa, natural de São Paulo, em contrapartida aos melhores talentos cariocas. O compositor da famosa música Saudosa Maloca chegava para dizer que o samba não era exclusividade do Rio de Janeiro. No fim dessa década, no âmbito interno do Banco do Brasil circulava a Revista Desed, que em um de seus números publicou um artigo sobre a obra de João Rubinato, conhecido compositor que usava o nome artístico Adoniran Barbosa. Certamente que todos os números dessa revista devem fazer parte do acervo da Fundação Cultural Banco do Brasil. Um abraço a todos.  
Trem Das Onze

Composição: Adoniran Barbosa

Não posso ficar nem mais um minuto com você
Sinto muito amor, mas não pode ser
Moro em Jaçanã
Se eu perder esse trem
Que sai agora às onze horas
Só amanhã de manhã

Não posso ficar nem mais um minuto com você
Sinto muito amor, mas não pode ser
Moro em Jaçanã
Se eu perder esse trem
Que sai agora às onze horas
Só amanhã de manhã

Além disso, mulher
Tem outra coisa
Minha mãe não dorme
Enquanto eu não chegar
Sou filho único
Tenho minha casa pra olhar
Não posso ficar

Não posso ficar nem mais um minuto com você
Sinto muito amor, mas não pode ser
Moro em Jaçanã
Se eu perder esse trem
Que sai agora às onze horas
Só amanhã de manhã

Além disso, mulher
Tem outra coisa
Minha mãe não dorme
Enquanto eu não chegar
Sou filho único
Tenho minha casa pra olhar
Não posso ficar