segunda-feira, 27 de agosto de 2012

3 Microcontos de Luiz Manoel Ferreira Maia


Perdas que compensam

Enfrentou o rival. Levou soco na boca. Sem jeito, melhor arrancar, falou o dentista. Fiquei com a mina, pensou e sorriu o banguela.

Correção ineficaz e prioridade

Samu três, disse um na fuga. Samu não, somos, corrigiu o professor antes de ser capturado. Agora samu dois, gritou o outro na carreira.    

Paixão e loucura

43 min 2º tempo. O juiz aponta para o chão. Pet cobra, bola sobre a barreira, entra, estufa a rede. Gol do título. A rubro-negra delira.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

5 Microcontos de Luiz Manoel Ferreira Maia


Propaganda enganosa

Feijão c/ assado R$ 3,00. Beleza! Pediu, foi servido. E o assado? Perguntou ao garçom. Tá tudo aí, feijão com ossada.

Inocente

Subiu num telhado. A polícia o pegou. Vamos, descendo! Não fiz nada! E a sacola com o roubo, aqui em cima? Sacola? Nem reparei, já tava aí.

Quem não arrisca...

Duda falou que não tenho chance com você. Mas, que tal um cinema? Acreditou nele? Não. Depois um sorvete? Pode ser. Então vamos.

Perdão remunerado 

Confessou-se. Penitência. Esqueceu quantos pai-nosso. Voltou ao padre, perdeu o lugar. No outro banco  escolhido, um bilhete premiado.

Acertos e diferenças

Alívio, seu caixa bateu. De cara. Cedo em casa, tudo nos trinques para o jantar a dois. Pelos cálculos, com alguém que fazia a diferença.  

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

3 Microcontos de Luiz Manoel Ferreira Maia

Doces armadilhas
Meu inesquecível amor, assim começava a cartinha em primeira volta do laço de marzipã. Logo o destinatário suspenso, cabeça para baixo.
 Promiscuidade
Terminada a festa, os cinzeiros cheios de pontas de cigarro e a zorra de copos marcados de batom. Homem ou mulher, não havia certeza. 
 Bom de cama
Apagou o abajur. Cobriu com a mão a boca aberta. Não abafava o grito de um Tarzan de alcova. Era apenas um escancarado bocejo.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

4 Microcontos de Luiz Manoel Ferreira Maia

Na hora H
Dormiu entre os trilhos.  Acordou com um apito. Rolou para fora, coração a mil. Ufa, por pouco!
Cautela
Adiante da mulher sentada à beira do caminho, as goiabas pelo chão. Ela transforma menino em sapo, diziam. Passou devagar, ela dormia.  
O pulo do gato
Passos na escada. Meu marido! Ela exclamou. Ele saltou da cama pela janela, caiu como um gato, na grama. Roupas e sapatos voaram atrás.
Abstinência
Bêbado, despencou da laje. Maxilar quebrado. Alimento pelo canudinho. Grunhia irritado com a ordem do médico: Bebida alcoólica, nem pensar.


domingo, 12 de agosto de 2012

Mundos alternados - Conto de Luiz Manoel Ferreira Maia

Acordo com a sensação de ter saltado no vazio para a semiobscuridade do quarto, onde outra cena reluta em sair. Um silencioso corte encerra o capítulo desta noite. Inconformado, desejo retornar ao espaço do qual fui abruptamente repelido. O juízo me diz que há pouco me cercava uma ilusão. Refuta meu espírito sonolento na insistência do existir em outros estádios. Tu os crês verdadeiros?  Recrimina-me o juízo. Além deste não há prova. Acaso és tolo ou criança em confusão mental? Aquieto-me e guardo em silêncio a impressão de que minha alma gêmea espera meu adormecer para me levar por outros caminhos a novos destinos, em outras dimensões. Não é este mundo sentido no desperto o real da minha existência? Ou será este chão apenas um entrementes? O juízo vacila.

Sombra fugidia - Conto de Luiz Manoel Ferreira Maia

Naquela primeira noite em que foram definidos os pares para a formação do grupo de dança, não se ouviu qualquer pergunta sobre a jovem desconhecida, apenas alguém observara que ela havia chegado às escondidas. Certamente ela ouvira falar sobre a reunião e recebera despretensioso convite. Um jovem, porém, acreditava que o destino a conduzira até ali para deixá-lo fascinado com sua feminilidade desabrochada em alegria, envolvê-lo com sua simpatia e torná-lo cativo de seu olhar, de sua voz e de seu sorriso. Daí em diante ele nunca duvidou que essas lembranças lhe ficassem para sempre. Na noite seguinte e nas demais em que ele tentou alongá-las na felicidade de tê-la junto a si, não acalmava seu espírito em cada despedida e inquietava-se enquanto a misteriosa jovem não chegava novamente. Suspirava e sentia seu coração exultante quando finalmente a via aproximar-se em passos ligeiros, com sua sombra esguia deslizando fugidia pelos muros, na rua mal iluminada. Nesses encontros juntavam-se porções de uma paixão que corria a rédeas soltas, ávida e intensa a cada escapulida do aprisco que a guardava para outro. Entretanto, ele antevia com tristeza as vezes de espera em vão e que ela não estaria presente por longo tempo em sua vida.

Versos trasladados

Da Vila ao Paraíso

Mosqueiro, na tua magia,
Na vila, na praça,
Nos teus bancos de jardim
Que escutam e presenciam
Olhares e confidências
E mãos que se acariciam

Marias

No arrimo do amor
Vou ancorar qualquer dia
Atraído pelo cheiro
Pelo aroma que recende
Da bela tez de Maria

Lua Nova

O que tudo remedeia é o tempo
Que consola com a esperança
De uma nova fase
Sem repisar falsos caminhos
Até a próxima lua nova

Alma Gêmea

Desinibida
Abriga-se em meu teto
Deita-se em minha cama
Saliente
Veste-se com minhas roupas
Embriagada
Come e bebe do melhor
De tudo o que me sacia

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Meditação Em Sintonia Com Os 4 Elementos


 “Para o homem que atingiu a cosmo-consciência, todas as coisas do mundo são como santuários da Divindade, onde ele pode cultuar Deus. Mas, como Deus é a consciência universal, e o homem é apenas uma consciência individual, é natural que Deus, apesar de certo seja sempre um mistério, um enigma, uma dolorosa interrogação.” (Huberto Rohden)

Procure um local isolado e livre da poluição do ar e dos sons fortes. Dê preferência ao centro desse local para a sua meditação. Use um traje leve, para sentir-se bem à vontade. Tenha perto uma pequena toalha. Fique descalço.

Tenha à mão uma jarra com água e um copo. Um pequeno vaso com uma flor natural. Um frasco com perfume. Uma vela, branca ou amarela. Coloque-os nas posições dos quatro pontos cardeais, a começar do leste, do nascente. Se preferir, coloque-os um em cada canto da sala ou do chão em que estiver. Borrife algumas gotas de perfume no ar.
Música suave eleva e fortalece os dons espirituais. Sons de instrumentos clássicos, ou que reproduzam a suavidade da natureza. Escute em volume baixo. (…)

 ... (relaxe)

Inicie sua meditação. Afaste sua mente do superficial em sua existência.
Concentre-se em seu Eu interior (...)

Sua mente é parte de um todo. Suas recordações são parte da memória universal. Seu corpo emana e recebe energia. A manifestação do universo é ativa e interage. O planeta com seus reinos e todas as criaturas vivem em reciprocidade. Ativam-se e equilibram-se em harmonia cósmica.

Prepare-se para o contato íntimo com o primeiro elemento – a Terra.

Deite-se de costas no chão. Relaxe seu corpo inteiramente. (...) Sinta-se integrado a terra em todo o seu corpo. Sinta-se parte viva da terra. Pense na flor, em um grande jardim, um campo, uma planície. Pense em lindas montanhas e florestas circundantes. Sinta-se parte dessa paisagem. (...)

Vire-se para o lado esquerdo. Permaneça deitado e estenda o seu braço esquerdo acima da cabeça, mão aberta, dedo mínimo em contato com o solo. Braço direito estendido ao longo do corpo, mão aberta sobre a coxa. Pernas levemente dobradas, a direita repousada sobre a esquerda inclusive pés. Sinta o corpo colado ao chão, do dedo mínimo da mão esquerda até o pé. (...) Sinta seu coração bater. Sinta o elemento terra em harmonia com o pulsar do seu coração. Sinta-se parte da terra, parte de um todo. (...)

Vire-se. Deite-se de bruços. Com a palma de uma das mãos sobre os dedos da outra, faça uma concha. Os polegares formam a abertura dessa concha. Encoste seu ouvido nessa abertura e perceba o som da terra. Estenda as pernas, joelhos colados ao chão, as plantas dos pés para cima. Ouça o som da terra passando pela concha. Absorva-o em sua mente e espalhar-se pelo seu corpo. Sinta-se colado a terra com as energias positivas desse elemento em sua cabeça, fortalecendo seu coração, seu estômago, seus intestinos, sua bexiga, suas coxas, órgão genital, pernas, até as pontas dos dedos dos pés. (...)

Vire-se novamente. Desta vez com seu lado direito em contato com o chão. Proceda igualmente como fez com o lado esquerdo. Sinta seu coração e seu fígado reativando-se com as energias positivas do elemento terra. Todo o seu corpo em recarga de energia. (...)
Deite-se novamente de costas. (…) Sinta-se novamente no centro de uma lindo vale, cercado de belíssimas montanhas.

Prepare-se para o contato íntimo com o segundo elemento – o Ar.

Respire profundamente e sinta seus pulmões encherem-se de ar. O perfume ainda no ar entra pelas suas narinas. Sinta seu coração em batimento normal, pulsando em harmonia com a natureza. A terra sustenta o seu corpo. O ar o revigora. Alimente-se do oxigênio contido no ar deste nosso planeta. Sem ele você não sobrevive.

Permaneça deitado respirando em ritmo lento e uniforme. Dobre os joelhos. As plantas dos seus pés repousam sobre o chão. Nessa posição seus pés ficam relaxados e não recebem o peso de seu corpo todo. Sinta sua coluna vertebral bem colada ao chão. (...)

Sente-se. Cruze as pernas e repouse seus braços sobre os joelhos. Feche os olhos.
Sua mente vai ao encontro de um pequeno ponto de luz. (…)

Nada existe agora senão ele, esse ponto que é a sua estrela-guia, de onde provém o raio de luz divina que é a razão da sua existência, que representa o seu destino, o porto para onde você se dirige, a fronteira que você alcançará para adentrar aos planos superiores do universo. Sinta-se viajando em direção à sua estrela, em seu caminho pessoal, do qual você nunca se afasta. Sinta-se feliz e confiante de que você conhece esse caminho. Firme-se e supere as condições impostas para seguir adiante. Creia em seu espírito fortalecido na confiança em Deus. (...)

Abra os olhos, levante-se. Mantenha-se em serenidade e confiança.

Caminhe até o vaso com a flor, observe-a e pense como ela retira dos elementos o necessário à sua vida.

Pense na terra. A terra que lhe fornece seus frutos. O seu alimento sólido. Sem ele, em poucos dias o seu corpo físico não poderia sobreviver.

Dirija o seu pensamento a Deus, Absoluto e Incognoscível.
Agradeça: Obrigado pela Terra.

Prepare-se para o contato íntimo com o terceiro elemento – a Água.

Caminhe para a jarra. Encha o copo com água. Beba-a. Sinta como esse elemento é tão refrescante, tão revigorante, delicioso e tão importante como os demais. Ela é o seu alimento líquido. Sem ela, em poucos dias seu corpo físico estaria sem vida.

A água que você ingeriu era parte do meio ambiente, fora da essência do seu corpo. Foi bebida, saciou sua sede e lhe deu novo alento. Seu corpo é parte do todo.

Pense nas fontes cristalinas, nos córregos, nos rios que cortam a terra, como fertilizam as várzeas, como deságuam nos oceanos. Pense nas formas de vida que esse elemento mantém. Coloque um rio em sua paisagem mental. (...)

Dirija o seu pensamento ao Criador e agradeça: Obrigado pela Água.

Caminhe para a vela. Acenda-a.

Prepare-se para o contato íntimo com o quarto elemento – o Fogo.

Lembre-se quão importante é este elemento e desde os primórdios para a humanidade, entre os primitivos que não o deixavam extinguir-se pela dificuldade em tê-lo quando necessário. Como a humanidade aprendeu a usá-lo em seu benefício. Pense nas lareiras em chamas, nas fogueiras que aquecem em noites de frio, nas fornalhas e nos fornos que assam alimentos.

Pense no simbolismo do fogo, na chama ardente do amor.

Dirija seu pensamento ao Absoluto e agradeça dizendo: Obrigado pelo fogo

Apague a vela.

Caminhe para o frasco de perfume.

Esfregue o perfume em seus pulsos e suas mãos.
Pense no ar que lhe permite sentir todos os cheiros da terra.

Dirija seu pensamento ao Criador, e agradeça: Obrigado pelo Ar.

Sinta-se em harmonia com quatro elementos.

Pense nos 4 elementos como manifestações de um só poder, Absoluto.

Sinta-se feliz e revigorado com o alimento primordial que é a Energia Vital que provém dos planos superiores.

Agradeça ao Criador dizendo:

Obrigado pela energia que alimenta meu corpo físico, minha mente e meu espírito.

Obrigado porquanto me fizeste racional e capaz de sentir.
Por me dotares de vigor, inteligência e memória. (...)

Caminhe de volta ao centro.

Faça leves exercícios físicos de respiração, aquecimento e alongamento, ou aqueles com os quais esteja habituado, para completar o seu bem estar físico.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Meus Livros Publicados

Vidas Sobre Vidas


 
Autor: LUIZ MANOEL FERREIRA MAIA
N° de Páginas: 216
 Editora: KroArt

Resenha: Sonho ou realidade, verdade ou ficção? Várias perguntas inevitavelmente serão feitas ao final desta leitura, uma vez que as
vidas que se entrelaçam ao longo desta obra nos levam a inúmeros questionamentos que fogem, por ora, à nossa compreensão. Vidas Sobre Vidas revela um tempo, dá a este irrefreável instante uma carga de signos que vamos carregando para as páginas seguintes, os quais, por sua vez, vão-nos deixando marcas, provocando em nós, leitores, significativas dúvidas, fazendo-nos pensar, refletir sobre o q ue seria certo ou errado viver em nossa estrada terrena.
Valor: R$ 25,00
Contato: E-mail: luizmanoel10@hotmail.com Tel: 91-32244390
Forma de Pagamento: Depósito Banco do Brasil - Ag. 1882-1 Conta 6541550-7







Universo e Vida 
 
Autor: LUIZ MANOEL FERREIRA MAIA
N° de Páginas: 104
Editora: Quártica


Resenha:O autor exprime sua sensibilidade em prosa poética permeando as trivialidades e as paixões humanas à margem da universalidade e do mistério da vida.
Valor: R$ 25,00
Contato: E-mail: luizmanoel10@hotmail.com Tel: 91-32244390
Forma de Pagamento: Depósito Banco do Brasil - Ag. 1882-1 Conta 6541550-7









Mensagem De Abertura

Aos visitantes
Neste início, reproduzo um trecho de “Vidas Sobre Vidas”, livro de minha autoria.
Página 22:
“Este é um plano isolado – havia me dito o estranho de Vila Concórdia. Mas, de que me adianta estar num mundo só meu, feito e refeito ao sabor dos meus desejos, se ninguém além de mim, dele possa compartilhar? Se não posso chamar quem eu quero para nele adentrar como meu convidado, e a este dizer: – Entra, fica à vontade, vem desfrutar deste meu recanto, aqui, onde recebo com alegria os meus amigos?”

Sobre as atitudes e reações de ontem e de hoje

Escrevo. Hoje mais amiúde. Antes meus escritos eram mais esparsos porque não havia tempo como agora. De maneira que muitos manuscritos desses idos se perderam. Escrevo como muitas pessoas, pelo prazer de escrever. Com o passar dos anos, os arroubos, os ímpetos próprios dos jovens são refreados pelas doses de comedimento e outra maneira de ver e sentir a vida. Os escritos de antes saíam da cabeça de um jovem. Hoje brotam de um crânio que resistiu a muitas cabeçadas e se revestiu de cabelos grisalhos. Por outro lado, como está escrito na Bíblia, as cãs não se traduzem em juízo.  De qualquer modo, sustento a autenticidade desses meus tempos.