domingo, 12 de agosto de 2012

Mundos alternados - Conto de Luiz Manoel Ferreira Maia

Acordo com a sensação de ter saltado no vazio para a semiobscuridade do quarto, onde outra cena reluta em sair. Um silencioso corte encerra o capítulo desta noite. Inconformado, desejo retornar ao espaço do qual fui abruptamente repelido. O juízo me diz que há pouco me cercava uma ilusão. Refuta meu espírito sonolento na insistência do existir em outros estádios. Tu os crês verdadeiros?  Recrimina-me o juízo. Além deste não há prova. Acaso és tolo ou criança em confusão mental? Aquieto-me e guardo em silêncio a impressão de que minha alma gêmea espera meu adormecer para me levar por outros caminhos a novos destinos, em outras dimensões. Não é este mundo sentido no desperto o real da minha existência? Ou será este chão apenas um entrementes? O juízo vacila.

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