segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Tacacá - Dominguinhos e Joquinha Gonzaga, cantores brasileiros

Por volta de 1973 tive o privilégio de manter um curto diálogo com o Rei do Baião. Eu atendia na bateria de caixas da agência do Banco do Brasil de Santarém-PA, quando avistei Luiz Gonzaga bem à frente do guichê ao lado. Ainda que sem chapéu de couro e o traje nordestino característico, eu o reconheci imediatamente. Sem saber o que dizer, exclamei dirigindo-me a ele: – Luiz Gonzaga! Ele me olhou surpreso e esperou que eu falasse algo mais. E o que me saiu da cabeça foi: – Então você vai “mandar uma brasa” aqui em Santarém!  Eu me referia ao show que ele faria à noite no estádio Elinaldo Barbosa. Ele esboçou um sorriso e em sua simplicidade respondeu-me de modo espirituoso: – Meu filho, já não sei nem se consigo mandar cinza... Mas vamos ver. Depois me falou sobre suas responsabilidades com a família. Solicitava uma ordem de pagamento.
Para mim, um encontro inesquecível. Foram poucos minutos que fizeram aumentar minha admiração por um artista de imenso talento e autêntico representante da música brasileira.
Neste ano em que completaria cem, se ainda conosco estivesse, a TV Globo apresenta um programa com passagens de sua vida e seu trabalho artístico. O que me fez lembrar de uma de suas músicas, na qual ele faz sua homenagem à cidade de Belém do Pará. Intitula-se Tacacá.



Tacacá
Composição de Luiz Gonzaga e Lourival Passos
Quem vai a Belém do Pará,
desde a hora em que sai
não se esquece de lá,
quer voltar.
Lembrar o açaí, o tacacá,
que saudade que dá
de Belém do Pará!
Orar na Matriz de Belém,
conversar com alguém,
como é bom recordar!
Jesus em Belém foi nascer,
eu quisera morrer
em Belém do Pará.
Tá aqui tucupi,
tem mais o jambu,
também camarão.
Quem quer tacacá?

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