quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Encontros Singulares - Luiz Manoel Ferreira Maia

Encontros Singulares – Crônica de Luiz M F Maia
Alguns poderão pensar que é bazófia minha, ou pura balela quando lhes digo que estive em situações muito singulares ao ficar frente a frente com pessoas importantes ou famosas, como no caso do curto diálogo que tive com Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, fato já antes contado aqui neste blog. Mas não é mentira, é pura verdade. Por exemplo, conto a vocês que em certa noite estávamos eu e minha esposa em frente à Basílica de Nazaré em Belém, assistindo a uma apresentação de uma banda de música de alunos de uma escola pública. Entretidos e admirados pelo desempenho dos jovens, fomos surpreendidos e afastados pelos seguranças do Governador do Estado que chegava e iria passar em frente à banda. Afastados é um termo suave que uso para definir um “chega pra lá” dos grandalhões de terno preto. Fomos parar metros adiante distante da banda. O Governador passou, foi e voltou não sei de onde. Nesse regresso os galalaus vinham mais uma vez à frente abrindo espaço e contra minha vontade retornei ao mesmo lugar de antes. No caminho já aberto, o então governador Almir Gabriel aproximou-se de mim, cumprimentou-me sorridente com um “boa-noite”, apertou minha mão e perguntou-me: – “Como vai?”. Respondi “Vou bem, obrigado!”. Mais correto seria responder: – Vou pra qualquer lado, para onde os homens de preto “conduzem” a gente. Depois do governador, o secretariado vinha atrás, e todos, um a um apertaram minha mão. Os galalaus ficaram espantados. Estariam talvez pensando que pagaram mico. Eu deveria ser um forte aliado político ou no mínimo um sujeito muito importante.
Muitos anos antes, estava eu no ginásio onde estudava. Era manhã de sábado, dia de reunião do grêmio do qual eu fazia parte. Colégio vazio. De repente chegaram alguns jovens em visita e entre eles Sebastião Tapajós, em seus dezessete anos, por aí. Trazia consigo um violão e logo começou a dedilhar bem à minha frente e com notável desembaraço várias músicas. Eu, que de instrumento musical só conheço o de escutar, fiquei admirado com o talento do jovem. Toca, toca “pra caramba” como se costuma dizer. Depois só o avistei uma vez a poucos metros. Em procissão do Círio de N. Sra. da  Conceição, em Santarém. Óbvio que Sebastião Tapajós talvez nem se lembre da visita que nos fez. Mas foi um desses encontros fortuitos com pessoas incomuns, que a gente nunca mais esquece.
Em minha coleção, dois CDs de Sebastião Tapajós: – “Instrumental Caboclo” (um presente de meu amigo Carneiro, de boas conversas) e “Choros e Valsas do Pará” (comprado na discoteca do Parque da Residência).

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